"Tesouro desejável e azeite há na casa do sábio, mas o homem insensato os desperdiça."
Provérbios 21.20
Assim como fizemos com os artigos
finanças para casais, quando publicamos seis textos a respeito da
importância de se ter um planejamento familiar. Pretendemos escrever
alguns artigos a respeito da necessidade de nos preocupar em poupar.
Pretendemos chamar a atenção para a extrema relevância deste assunto. Sim, porque, infelizmente, não faz parte da nossa cultura a preocupação com a poupança.
Na mesma proporção que as pessoas gastam de forma exagerada, também, não poupam.
A falta de uma educação financeira em nossa infância, acaba fazendo que
levemos para a nossa vida os costumes herdados de nossos pais e,
infelizmente, em muitos casos, são hábitos muito mais voltados para o
consumo descontrolado, do que para o pensamento em guardar alguma coisa.
Existe um projeto na câmara dos
deputados, que se encontra engavetado, que tem como objetivo colocar na
grade escolar, a partir dos seis anos de idade, esta matéria nas
escolas, porém os colégios ainda não são obrigados a isto, e a quase
totalidade deles não tem a menor preocupação em ensinar, desde cedo, a
respeito do assunto.
Podemos, então, começar fazendo uma pergunta: O que é poupar?
Podemos
ter como respostas, juntar dinheiro, abrir uma poupança, fazer economia
e outras. Entretanto poupar é algo um pouco mais profundo do que isto. Poupar é adiar o nosso potencial de consumo atual para o futuro,
ou seja, é deixar de gastar, neste momento, um dinheiro que já temos,
visando realizar alguma coisa que estamos planejando, lá na frente.
Então não é uma coisa tão simples assim, pois vivemos numa sociedade que
privilegia o consumo, que nos arremete justamente para o lado
contrário, qual seja, em vez de guardar o dinheiro para o futuro, somos
bombardeados pelas propagandas, pelas datas determinadas pelo comércio,
dia das mães, natal, dia dos pais, dia dos namorados, páscoa, dia das
crianças, que visam, justamente, o consumo já.
Então, adiar para o
futuro não é uma tarefa muito fácil, quando vivemos num mundo que nos
estimula o tempo todo a gastar já.
Sendo assim, precisamos fazer uma
escolha, qual seja, ou vivemos de acordo com a lógica dos tempos atuais,
que prega o endividamento, ou criamos uma proposta para a nossa vida
de andar na contra-mão desta exortação, que seria poupar, e gastar de acordo com um planejamento feito em cima de objetivos.
Bem, se é tão importante assim, por que as pessoas não poupam?
Bem, muitas pessoas não poupam porque vivem endividadas, vítimas da
cultura que colocamos acima, ou seja, estas pessoas não conseguem
resistir aos chamamentos do marketing, que nos massacra diariamente, e
acabam se entregando ao consumismo, isto é, privilegiam a cultura do
endividamento, se preocupando, apenas, em viver o presente. Estas
pessoas não possuem as coisas e se endividam para ter,e o que é pior,
não pensam no futuro, acham que poupar é bobagem, que o importante é
viver o momento, esquecendo que o futuro vai chegar, a não ser que
morramos ainda jovens, e quando isto se tornar realidade, será tarde
demais. Então começarão a lamentar a sorte, a falar mal do governo, a
falar mal do patrão, esquecendo-se que desperdiçaram anos de suas vidas
jogando dinheiro fora, isto é, gastando de forma exagerada, sem
disciplina, consumindo de forma irresponsável.
Outras, cometem outro erro, o de achar
que somente os ricos conseguem poupar. Em minha carreira, vi ricos
totalmente endividados e pobres com dinheiro guardado. Poupar não está
diretamente ligado a ser pobre ou rico. Poupar tem tudo haver com atitude, com mudança de comportamento na relação que temos com o dinheiro. Você pode estar se perguntando, relação com o dinheiro?
Sim, de uma forma intrínseca, temos uma relação com o dinheiro, e é
esta forma de lidar com ele que vai determinar, na grande maioria da
vezes, o sucesso ou o fracasso de um planejamento familiar, de
conseguirmos, ou não, fazer uma poupança, e por aí vai. Entretanto, é
bom deixar bem claro que, quando falamos em poupar, não estamos pregando
a avareza, o não consumir de forma disciplinada, consciente e dentro de
nossas possibilidades, estamos falando de determinarmos um percentual
de nossa renda, para a consecução de nossos objetivos, metas e
realização de sonhos normais de qualquer ser humano.
Hoje ficaremos por aqui. Em nosso
próximo artigo, falaremos, justamente, destes objetivos e metas que
devem nortear a nossa vida.
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